Magda Dias é coach e formadora nas áreas comportamentais e comunicacionais há mais de 12 anos. Porque sabe que os comportamentos se escolhem e que ‘comportamento gera comportamento’, aborda as questões parentais e da educação positiva através dessa lente. Com certificação Internacional em Inteligência Emocional, em Educação Positiva e em Coaching, esta mãe de duas crianças é a autora do blogue Mum’s the Boss e do site Parentalidade Positiva.

A poupança não é uma área em que eu seja uma expert… nem de longe nem de perto. Mas tenho imenso gosto em partilhar aquilo que fazemos cá em casa.

A verdade é uma – desde há uns anos que tenho uma relação estranha com o dinheiro e com as compras: gosto cada vez menos de gastar dinheiro em coisas e prefiro investir em experiências. Vir para casa cheia de coisas causa-me alguma angústia porque vou ter de arranjar lugar para elas, arrumá-las, geri-las e consumi-las. Tenho fases em que adio a ida aos supermercados durante dias… A minha casa está tão cheia de coisas: cheia de coisas para triar, dar e vender e é justamente por causa delas que cada vez mais quero ter menos coisas. E mais e melhores experiências.

Aqui ficam as minhas 5 dicas para ensinar poupança aos seus filhos sem ser moralizante e sem estar sempre a envolver dinheiro.

1. “Tu nunca me dás nada!”

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A minha filha anda numa fase em que me diz ‘tu nunca me dás nada. Se hoje formos sair preciso que me dês qualquer coisa porque tu nunca me dás nada.” Estas duas frases estão cheias de mensagens escondidas, mas talvez a que mais nos salte aos olhos seja o facto de sentirmos que hoje em dia os miúdos não dão valor a nada… Vai daí, retomei o nosso caderno da gratidão que esteve parado uns meses. Esta é a melhor forma de ensinar os miúdos a darem valor ao que têm.

2. Na natureza nada se perde, tudo se transforma

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E porque para nós é importante fazermos coisas com os miúdos e é também importante sermos ecológicos, aprendermos a fazer coisas sozinhos e reciclar. As nossas decorações de Halloween foram todas feitas com materiais que reciclámos e fomos apanhar à mata. No final concluímos que fizemos um trabalho cheio de valor, que passámos tempo juntos, que somos mais família, que nos divertimos e não gastámos um único tostão!

3. Ser tribo

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Há quem, para incentivar os filhos a participarem nos trabalhos domésticos, lhes dê dinheiro em troca. Eu percebo e vejo a boa intenção no acto e por isso gostava que pensasse na mensagem que passa ao pagar aos seus filhos para limparem o quarto, trocarem a roupa da cama ou levarem o lixo ao contentor do lixo durante a semana. Compreenderão os miúdos que fazem parte de uma tribo onde todos cooperam? Onde, apesar de haver tarefas definidas por vezes é importante fazermos a tarefa do outro? Pagar para fazer tarefas vai tornar a cooperação voluntária menos fácil e vai tornar esta obrigação moral e familiar numa troca, num favor. Quando, na base, se trata de cooperação porque estamos todos no mesmo barco, certo?

4. A prenda do Pai Natal e a dos anos

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No Natal há prendas para os miúdos, claro. Mas fazemos questão de dar uma só prenda; algo que faça todo o sentido naquele ano. Já foi uma bicicleta, foi um carrinho de empurrar em madeira quando estava a aprender a andar. São brinquedos pensados [e muito] para aquela fase concreta e específica dos miúdos. Já foi a trotinete, o skate e em breve serão os patins. Uma só prenda. Especial.

5. Segunda mão

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Felizmente o mercado em segunda mão começa a crescer em Portugal e, embora se venda o segunda mão ainda muito caro, a verdade é que começamos a deixar de lado os preconceitos. Cá em casa apreciamos e valorizamos as casas antigas, os móveis de época. Gostamos do ‘original’ e parte da nossa decoração é feita com móveis que procurámos. É preciso disciplina, é preciso paciência e não querer fazer tudo de uma vez: isso é que é difícil – não ir a correr comprar tudo o que nos faz falta. No final, olho para as coisas cá em casa e vejo uma casa única, onde ainda lhe faltam candeeiros mas onde há desenhos pendurados nas paredes, recortes suspensos por fios à entrada de casa e onde se vive, pensando-se mais em fazer coisas em família.

 

Magda Dias, blogger, Mum’s the Boss

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