O que precisa de saber para se preparar para a reforma
Fundador da Escola de Finanças Pessoais e co-autor de dois livros – Manual das Finanças Pessoais e Manual da Poupança – , João Morais Barbosa faz actualmente parte do conselho de Administração da Reorganiza, empresa cuja missão é ajudar os seus clientes a reduzir prestações financeiras e a ter acesso mais fácil ao crédito.
Neste artigo iremos abordar três tópicos complementares:
- Será que é preciso poupar para a reforma?
- A preparação emocional para a reforma;
- A preparação financeira para garantir o seu futuro.
Os últimos anos têm trazido o tema da Reforma para o debate público, não só em Portugal como na generalidade dos países europeus. É um tema que afeta muitos portugueses e cuja tendência é afetar muitos mais. Fala-se da insustentabilidade da Segurança Social, supostamente defendida pelas alterações demográficas (o que não deixa de ser verdade) e os seus impactos no orçamento de Estado, mas esta não pode servir de pretexto para não se discutir a forma como o Orçamento de Estado tem sido gerido nos últimos 30 anos.
Discussões políticas à parte, parece-nos evidente a necessidade de começar a poupar hoje para garantir que terá uma reforma com o mínimo de qualidade de vida. Não nos iludamos. Os cortes nas reformas da Segurança Social serão uma realidade, sendo de esperar que, no melhor dos cenários, as nossas reformas sejam no máximo 50% do nosso último salário.
Será que é preciso poupar para a reforma?
Referimos anteriormente que os estudos mais recentes apontam para que a generalidade das pessoas receberá da Segurança Social, no máximo, 50% do seu último salário. Porquê? Algumas justificações:
- População portuguesa em envelhecimento acelerado – leva ao aumento das reformas e ao incremento nos custos do serviço nacional de saúde;
- Taxa de natalidade muito reduzida e em declínio;
- Elevado nível de desemprego estrutural;
- Fraca produtividade das empresas portuguesas (fundamentalmente devido à fraca qualidade e quantidade do investimento nas empresas);
- Comportamentos de fuga aos impostos.
A conclusão é a de que é essencial poupar para a reforma, pois não vai haver Estado Providência que nos substitua. Iremos continuar a assistir a medidas de revisão nos benefícios sociais e estamos já a ver em que sentido vai continuar a acontecer.
A preparação emocional para a reforma
Analisando a literacia financeira em torno da preparação da reforma, o foco costuma estar na preparação financeira, por motivos que abordaremos de seguida. Infelizmente, esquecemos-nos da importância de preparar a reforma na sua componente emocional. Facilmente passamos 25 anos a preparar a nossa carreira e não nos preocupamos com a preparação da reforma. Se virmos bem, as pessoas reformam-se de algo e não para algo.
Reformam-se dos seus empregos por motivos diversos e não se reformam pensando que o tempo que viverão reformados poderá ser um tempo muito rico em experiências pessoais e intelectuais. Não queremos que interprete este tópico como algo no contexto da autoajuda mas antes que se questione dos motivos pelos quais se irá reformar e as potencialidades desse período na satisfação das suas necessidades.
Possivelmente quererá viajar, ajudar os filhos, tirar um curso superior, fazer voluntariado… nunca se esqueça que a imagem do idoso em frente ao televisor será cada vez menos comum uma vez que o perfil dos reformados se está a alterar significativamente. O valor de uma pessoa não está no que ela produz, mas naquilo que ela consegue ser ao longo da vida. O “ser” não se reduz ao sucesso profissional. Todo o ser humano tem dimensões da vida extraprofissional a que não dá a devida importância e que poderão ser uma chave de sucesso na preparação da reforma.
A preparação financeira para garantir o futuro
O tópico quente no tema da reforma é a questão financeira (e compreende-se que assim seja). Infelizmente, constatamos que apesar de uns anos de alguma poupança para a reforma, regredimos significativamente neste esforço nos últimos tempos (com o fim dos benefícios fiscais e com a possibilidade de levantamento destes fundos).
É urgente começar a poupar hoje. Nem que seja 10€ por mês. O importante é dar tempo ao tempo e iniciar o processo de acumulação de juros compostos. Imagine que poupa hoje 100€ a uma taxa de 5% durante 30 anos. Para obter a mesma poupança se começar a poupar dentro de 10 anos irá precisar de uma taxa de juro de 7.25%.
Neste ponto, pode pensar que é impossível poupar todos os meses, justificando-se com o aumento dos impostos, dos cortes salariais, etc. Tudo argumentos válidos, mas que não devem ser motivo para nos demitirmos de fazer uma análise pormenorizada da nossa situação atual. Saber onde gastamos o nosso dinheiro é meio caminho andado para podermos cortar custos e iniciar um processo de poupança.
O www.boonzi.pt/tem ajudado muitos portugueses a identificar despesas e tendências de consumo, como sendo as comissões de transferência bancária e comissão de manutenção de conta (que apareceu recentemente), os gastos com alimentação, o desperdício nas idas ao supermercado, entre muitos outros. Tenha sempre presente esta máxima que tem ajudado ao incentivo da poupança: é mais fácil poupar um euro do que ganhar um euro.
Uma outra ideia interessante será começar, desde já, a reduzir os seus créditos para atingir maiores poupanças. Existem várias entidades – como o Doutor Finanças – que o ajudam neste processo de renegociar créditos e reduzir as dívidas.
Uma terceira ideia no que diz respeito à poupança para a reforma passa pela pesquisa da oferta de produtos nas várias instituições financeiras. Existem inúmeros produtos financeiros para preparar a reforma e contrariamente ao que se diz por aí os PPR são das melhores alternativas de poupança para o longo prazo devido à fiscalidade que lhe está associada. Mais uma vez, não necessita de uma fortuna para começar a poupar, mas deverá ser ambicioso para acumular património que lhe garantirá o seu futuro.
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[…] pelos cidadãos que ao longo de vários anos fizeram os seus descontos, como por exemplo nas reformas (atenção que descontos e contribuições sociais não são impostos, pelo que deveriam ter um […]
[…] pelos cidadãos que ao longo de vários anos fizeram os seus descontos, como por exemplo nas reformas (atenção que descontos e contribuições sociais não são impostos, pelo que deveriam ter um […]