A Catarina Beato é jornalista e autora do blog Dias de uma Princesa, onde escreve sob forma de diário. Descreve-se como mão solteira e óptima gestora de tempo.
Tem um livro publicado com o mesmo nome do blog. Actualmente, também faz parte do projecto Loove, que foca essencialmente a beleza da amamentação.

No dia em que entreguei os papéis no centro de emprego, cheguei a casa com um dossier transparente cheio de dicas e obrigações do meu novo estatuto, sentei-me no chão da sala e fiquei a olhar à volta.
É impressionante

a quantidade de coisas que compramos quando não temos que pensar naquilo que gastamos. Para mim, que nem sou mulher de gostos caros, pior ainda: havia uma quantidade infinita de t-shirts iguais com cores diferentes, outras peças compradas em saldos ainda com etiqueta, livros repetidos que não fui trocar, revistas e mais uma quantidade de objectos inúteis.

O que o aprendi com o desemprego

Nesse dia, no final de Dezembro, decidi que as razões de força maior ajudaria a mudar a forma como via as coisas que comprava.
Não agradeço o desemprego, mas aprendi muito com a realidade da teoria que o curso de economia me ensinou: o dinheiro é um recurso escasso e limitado. Assim, decidi transformar as provas dos meus anos de excessos em dinheiro (muito ao jeito do anúncio do OLX).

O que fazer com os artigos que já não uso?

Feira de artigos em segunda mão, sites de venda de objectos usados e grupos de trocas transformaram-se nos meus pintainhos dos ovos de ouro. A questão deste dinheiro recuperado é a tentação de gastá-lo em coisas tão inúteis como aquelas que conseguimos despachar.

Solução: assim que o recebo vou ao supermercado. O mesmo acontece nas trocas, nos meus álbuns de fotografias com as coisas que já não uso, preciso ou me fazem falta, onde acrescentei “troco apenas por produtos alimentares”.

Hoje quando me sento no chão da sala e olho em volta, para além de pedir com muita força que a Euribor continue baixa, agradeço o facto de ter aprendido a viver com menos, mas agradeço ainda mais ter aprendido a transformar os excessos de tempos com mais, nas necessidades dos tempos com menos.

 

Catarina Beato, blogger, Dias de uma Princesa

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