É fácil gerir o seu crédito à habitação (ou outros créditos) no Boonzi. Porém, é importante perceber como funciona a prestação mensal do crédito à habitação, visto que este é um tópico muitas vezes mal compreendido.

O empréstimo

Quando adquire um imóvel (ou outro bem), o banco concede-lhe um empréstimo que utiliza para pagar, de uma vez só, ao vendedor – uma despesa no valor de venda do imóvel. Esse empréstimo ficará imputado a uma conta (um crédito) com saldo negativo – correspondente ao valor emprestado – que possui determinadas condições de pagamento (taxa, prazo, etc) na forma de uma prestação mensal.

Assim, um empréstimo deve ser inserido no Boonzi como uma conta normal mas com saldo negativo, como será explicado mais abaixo. Por outras palavras, o seu património financeiro total (a soma de todas as suas contas bancárias e créditos) poderá, em muitos casos, ser um um valor negativo.

Não se assuste ao olhar para o saldo negativo – este é apenas o saldo do seu património financeiro. O imóvel que adquiriu tem uma d eterminada avaliação (normalmente, superior ao valor do empréstimo), que somada ao seu património financeiro equilibrará o seu saldo.

A prestação

Muitas pessoas interpretam o pagamento da prestação mensal como um custo que lhes é imputado pelo banco – “O banco cobra-me 300€ todos os meses”. Porém, a prestação é tipicamente composta por duas – ou três – componentes:

  • Amortização: consiste na diminuição do valor da sua dívida
  • Juros: consiste numa taxa que o banco lhe cobra pelo empréstimo do valor em dívida
  • Outros: em alguns casos, a prestação pode ter outras despesas inerentes, como o imposto de selo

Isto é, os 300€ da prestação correspondem à soma da amortização (ex: 200€) com os juros (ex: 99€) e outras despesas de manutenção, quando existem (ex: 1€ de imposto de selo).

O valor da amortização e dos juros é variável consoante o valor em dívida, a taxa em vigor, o prazo da dívida, e outras variáveis, podendo em determinadas alturas os juros serem muito mais altos que a amortização, ou vice-versa.

A amortização

A amortização não deve ser vista como uma despesa, mas sim como uma diminuição do valor em dívida – isto é, sempre que amortiza, fica a dever menos. Essa amortização de dívida é feita na forma de um transferência da sua conta ordem para a sua conta a crédito. Se, numa prestação de 300€, 200€ correspondem a amortização, a sua conta à ordem ficará com menos 200€, e o seu empréstimo com mais 200€. Terá menos dinheiro no bolso, mas também deverá menos 200€.

Ou seja, esses 200€ nunca sairam do seu património financeiro – serviram, sim, para diminuir a dívida que contraiu para comprar o seu imóvel. Não devem por isso ser vistos como uma despesa.

No Boonzi, a amortização deve ser registada como uma transferência da sua conta à ordem para a sua conta a crédito, como lhe explicaremos mais abaixo, para que esta não entre nos relatórios como uma despesa. Não se preocupe: conseguirá vê-la nos relatórios se o pretender, como explicamos posteriormente.

Os juros

Os juros são a taxa cobrada pelo banco pelo empréstimo que lhe está a ser concedido. São calculados mensalmente, de acordo com o valor que tem em dívida, o prazo, a taxa que escolheu (normalmente, Euribor-xM) somada ao spread, entre outras modalidades. Isto é, sempre que amortiza a sua dívida, os juros que lhe são cobrados no mês seguinte diminuem (considerando que a Euribor não se alterou).

Se, numa prestação de 300€, 99€ correspondem a juros, a sua conta à ordem ficará com menos 99€. Os juros devem ser vistos como uma despesa, que é cobrada pelo banco onde contraiu o seu crédito.

Outras despesas

A prestação mensal poderá, além dos juros e da amortização, ter ainda outras componentes – por exemplo, Imposto de Selo, ou, em alguns casos seguros diluídos na prestação. Neste caso, deverá registar cada uma destas componentes como despesas. Se, na sua prestação, paga mais 1€ de Imposto de Selo deverá registá-lo como uma despesa com o Ministério das Finanças.

Em resumo, a prestação…

Em resumo, imaginemos que pagou uma prestação de 300€:

  • 200€ serão de amortização, registados como uma transferência entre contas
  • 99€ serão de juros, registados como uma despesa com o banco
  • 1€ será de outros encargos, por exemplo, Imposto de Selo, registados na forma de despesa

300€ = 200 + 99 + 1. Assim, a melhor forma para registar a prestação consiste em separar as suas componentes e registar no Boonzi cada uma em separado. O seu banco deverá ser transparente e permitir-lhe ver no seu Online Banking a que correspondem os 300€ que pagou.

Como gerir o crédito no Boonzi?

Esta é a parte mais fácil. Deve começar por criar a conta correspondente ao seu crédito:

  1. Faça login no seu online banking, e veja qual o valor que tem em dívida
  2. No Boonzi, insira uma conta. Clique em Contas, no menu Configuração, e depois no botão de Criar Conta
  3. Preencha o valor em dívida (negativo) e coloque a data de hoje

Todos os meses, quando paga a prestação, deve consultar no seu extracto as componentes que compõem a sua prestação. E com estas:

  1. Inserir uma transacção de transferência da conta à ordem para a conta a crédito com o valor correspondente à amortização
  2. Inserir uma transacção de despesa na conta à ordem, com o seu banco como entidade, e a categoria Despesas Bancárias:Juros (ou outra)
  3. Se existirem outras despesas diluídas na prestação, inserir outra(s) transacção(/ões) de despesa referentes às mesmas

Após inserir os valores acima, o saldo da sua conta à ordem deverá ter decrescido o valor correspondente à prestação, e o saldo do seu empréstimo deverá ter aumentado o valor correspondente à amortização.

E quando importo o extracto?

Se no extracto do seu banco só aparece o valor total da prestação, depois de importar, deve:

  1. Editar a transacção correspondente à prestação, e alterar o valor para que só contemple os juros
  2. Inserir manualmente uma transacção de transferência correspondente ao valor de amortização

Em alguns bancos, no extracto da conta à ordem aparece o valor total da prestação, e no extracto da conta de empréstimo aparecem as componentes separadas. Neste caso deve:

  1. Importar os extractos das duas contas
  2. Alterar manualmente a transacção correspondente à prestação para uma transferência.

Analisar os dados

Naturalmente, não precisa de ir tanto ao detalhe como aqui propômos. No entanto, se o fizer, terá relatórios muitos mais precisos e maior flexibilidade na análise dos dados. Por exemplo, mexendo com as contas activas na caixa em baixo à esquerda, poderá:

  • Activar todas as contas. Em todos os relatórios verá o valor real de despesas bancárias, ignorando as amortizações.
  • Activar todas as contas, excepto o seu crédito. No relatório de Fluxo de Caixa verá, separados, os valores amortizados (transferências) e os juros (despesas)
  • Desactivar todas as contas, excepto o seu crédito. No relatório “Evolução do saldo” verá o saldo do seu crédito a diminuir ao longo do tempo, o que ajuda a perceber a evolução das amortizações

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